Percurso Saúde
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Calunga Grande - Baía de Guanabara, 2021 - André Vargas - SACADURA CABRAL, 275
Todo o mar em mim -goblogbo oku ninu mi, 2022 - Martins Fortunat - BARÃO DE TEFÉ, 14
Devolta 3 - Princesa Isabel, 2020 - Diambe - Bar Gracioso / Pedra do Sal. Rua Sacadura Cabral, 97
Conselho Tamoio 01, 2023 - Denilson Baniwa - SACADURA CABRAL, 89
Série Atualizações traumáticas de Debret, 2020 - Gê Viana - SACADURA CABRAL, 51
Percurso
Rua Sacadura Cabral, 275
Calunga Grande - Baía de Guanabara, 2021
André Vargas
BARÃO DE TEFÉ, 14
Todo o mar em mim - goblogbo oku ninu mi, 2022
Martins Fortunato
Bar Gracioso / Pedra do Sal. Rua Sacadura Cabral, 97
Devolta 3 - Princesa Isabel, 2020
Diambe
SACADURA CABRAL, 89
Conselho Tamoio 01, 2023
Denilson Baniwa
SACADURA CABRAL, 51
Série Atualizações traumáticas de Debret, 2020
Gê Viana
Saúde
A região da Saúde foi central para a urbanização da capitania do Rio de Janeiro. Sua expansão começou pelo centro, devido à posição estratégica para a defesa e subsistência. A chegada e saída de bens se dava pelo porto, onde comerciantes concentravam-se e a vida cultural florescia. O espaço não era apenas ocupado, também era protagonista As relações de sociabilidade ali desenvolvidas foram essenciais à criação de uma identidade para uma cidade que surgia ainda no século XIV. Séculos se passaram e, mesmo antes da chegada da família real, evento que marca as eras de transformação do Brasil, a região vibrava com possibilidades. O seu nome foi dado a partir da construção, em 1742, de um símbolo cristão: a Capela de Nossa Senhora da Saúde. Logo seu entorno seria conhecido pelo nome de Saúde, não detendo qualquer relação com questões de sanidade física ou mental como poderíamos pensar. A Saúde não representava cuidado ou, mesmo prosperidade se pensarmos no uso da palavra quando evocada após um brinde. O território era palco de sofrimento já que teve importante papel no desenvolvimento do novo porto, local de entrada de diversas pessoas escravizadas ao longo dos séculos XVI e XIX. Novos ares e identidades são criados para o espaço no final do século XIX. A Saúde passa a pertencer a "Pequena África", uma região da cidade que concentrava a população de origem africana e que desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento de sua sociabilidade, cultura e identidade. Aqui, surgiram o samba carioca, os ranchos carnavalescos e os primeiros terreiros de candomblé da cidade, espaços de socialização dos negros da diáspora. No início do século XXI, trabalhos de escavação arqueológica trouxeram à tona os vestígios dos antigos cais do Valongo e da Imperatriz, que estavam anteriormente soterrados. A descoberta do sítio arqueológico desempenha um papel crucial na preservação e na valorização da memória da população negra em particular, e da história do Brasil, em geral. Uma peça fundamental da construção da memória e da identidade étnico-racial negra e subsídio material para suas reivindicações por reparação. Suas ruas evocam memórias. Sejam as de antigos colonizadores ou as de sujeitos ligados à resistência de corpos marginalizados. Antes costeadas pelo mar, após aterramentos e reconfigurações urbanas, as ruas seguem recebendo um fluxo de movimento contínuo de moradores, visitantes e apreciadores das atividades culturais que ocorrem em seu entorno. Atualmente parte da Saúde é reconhecida como um quilombo urbano, um local de resistência e um ponto de referência na cultura brasileira, celebrada por meio de festas públicas e eventos.