Percurso Gamboa
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Madeira que cupim não rói, 2023 - Diambe - Rua da Gamboa, 137
Série Negros Livres, 2022 - Gê Viana - RUA JOÃO ÁLVARES, 8
Conselho Tamoio 02, 2023 - Denilson Baniwa - BAR DELAS (R. Pedro Ernesto, 5)
Crianças fantasiadas de clóvis (ou bate-bolas) percorrem as ruas de Madureira em 1986, 2023Martins Fortunato - RUA DO LIVRAMENTO, 12
Hoje só lavaremos a alma, 2021 - André Vargas - Rua Pedro Ernesto, 97
Percurso
Rua Pedro Ernesto, 97
Hoje só lavaremos a alma, 2021
André Vargas
Rua da Gamboa, 137
Madeira que cupim não rói, 2023
Diambe
RUA JOÃO ÁLVARES, 8
Série Negros Livres, 2022
Gê Viana
RUA DO LIVRAMENTO, 12
Crianças fantasiadas de clóvis (ou bate-bolas)
percorrem as ruas de Madureira em 1986, 2023
Martins Fortunato
R. Pedro Ernesto, 5 - (BAR DELAS)
Conselho Tamoio 02, 2023
Denilson Baniwa
Gamboa
Entre o final do século XVIII e boa parte do século XIX, a Gamboa era um lugar pitoresco. Situada perto do mar e reclinada sobre uma suave colina, próximo ao centro e ao Porto, foi escolhida por indivíduos abastados para estabelecerem ali suas chácaras e palacetes. Uma importante comunidade de negociantes ingleses se estabeleceu no local e ali construiu o British Burial Ground, mais conhecido como Cemitério dos Ingleses, uma necrópole particular de orientação originalmente protestante fundada em 1811. A partir do final do século XIX, com a expansão da cidade, a Gamboa começou a perder seu prestígio à medida que a elite passou a ocupar bairros como Catete, Glória, Flamengo, Botafogo e Laranjeiras, evitando a proximidade com o porto. Após a campanha militar na Guerra de Canudos, em 1897, contingentes de soldados que foram lutar na Bahia iniciaram a ocupação das encostas do Morro da Providência e deram origem à primeira favela da cidade. No século XX, a região não recebeu grande atenção ou recursos do poder público. Contudo, nos anos 2000, o interesse em revitalizar o porto e seu entorno fez com que a Gamboa ganhasse novos ares como espaço turístico, especialmente a partir da construção do Aquário Municipal e da Cidade do Samba, um complexo cultural dedicado à celebração desse ritmo musical, onde várias agremiações cariocas têm suas instalações. As ruas da Gamboa revelam momentos da história da cidade. Na rua Pedro Ernesto somos confrontados com vestígios das pessoas escravizadas que não sobreviveram às travessias atlânticas e foram enterradas no espaço conhecido como Cemitério dos Pretos Novos. A memória da travessia e das perdas ecoa e pode ser estudada no centro cultural Instituto Pretos Novos e no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira, localizados na região. A Revolta da Vacina (1904) e a reforma de Pereira Passos deixaram suas marcas na Praça da Harmonia, espaço destinado ao Mercado da Harmonia, criado para sanar a sobrecarga do Mercado Municipal da Praça XV. O sentido da palavra "gamboa" é conectado ao fluxo da maré, as possibilidades de cheia e seca. A região parece passar, ao longo dos anos de sua existência, por períodos de abundância e outros de esquecimento. Marcar sua importância através de escritos e produções artísticas faz com que seu período de cheia possa ser prolongado para além de alguns anos.